sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Saiba mais sobre cândida

As leveduras, especialmente a Cândida albicans, são organismos comumente encontrados na cavidade oral de indivíduos saudáveis ou doentes. A região mais frequentemente afectada é o dorso da língua, mas a C. albicans também pode ser encontrada na bochecha, gengiva, palato, bolsas periodontais e lesões refractárias. Essas regiões são consideradas importantes portas de entrada para infecções sistémicas, portanto a prevenção da colonização oral por Cândida merece grande atenção (ADDY, 1977).

Elas estabelecem um equilíbrio com o hospedeiro denominado simbiose, quando este equilíbrio é rompido devido a mudanças no mecanismo de defesa e no ambiente oral (quimio e radioterapia, HIV-positivo, etc), estas leveduras podem causar infecções orais oportunistas, que se não tratadas podem se tornar generalizada e/ou disseminarem sistemicamente provocando fungemia (GREENSPAN et al. 1994).

A candidíase orofaríngea apresenta como seu principal agente etiológico a C. albicans, comum em pacientes imunodeprimidos e normalmente é precedida de colonização das superfícies mucosas orais (THURMOND et al. 1991). A candídíase sistêmica, que está relacionada a altos índices de mortalidade, pode ocorrer devido à prévia colonização da cavidade oral ou da orofaringe, portanto a prevenção da colonização oral por Candida é de grande importância na prevenção de candidíase orofaríngea e sistêmica, principalmente em pacientes com neutropenia (BERKOWITZ et al. 1985).

Até hoje não existe uma terapia antifúngica ideal, ou os agentes empregados não são 100% eficazes ou apresentam efeitos indesejáveis pelos pacientes (toxicidade, gosto ruim, etc). A nistatina, por exemplo, mostrou-se eficaz no controle das leveduras em estudos in vitro, no entanto em estudos in vivo essa eficácia não foi verificada devido a não aceitação pelos pacientes (náuseas e vómitos).

A nistatina é um antifúngico poliênico, relativamente insolúvel na água e instável. É usada no tratamento das infecções causadas por Cândida da mucosa, pele e trato intestinal (YAGIELA,1999). A nistatina tópica é a droga de escolha para o tratamento das infecções por Cândida da cavidade oral. A nistatina pode causar leves e transitórios distúrbios gastrointestinais, como náuseas, vómitos e diarreia. A principal queixa associada à nistatina é seu gosto amargo, repugnante.

A clorhexidina é um detergente catiônico, uma Bis-biguanida não tóxica que é preparada sob a forma de diversos sais, entre eles o acetato, hidrocloride e o gluconato de clorhexidina (FLÖTRA, 1973). É considerada um antisséptico de amplo espectro que atua sobre bactérias gram positivas, gram negativas, fungos e leveduras (VINHOLIS et al., 1996). A clorhexidina apresenta grande afinidade às paredes celulares dos microrganismos, aos mucopolissacarídeos salivares e à hidroxiapatita (CAWSON et al., 1959; DENARDI, 1994). Seu uso na Odontologia possui efeito anti- placa maior que outros agentes antimicrobianos, devido à sua acentuada capacidade de absorção aos dentes e às superfícies mucosas com posterior libertação na cavidade oral em níveis terapêuticos (BEIGHTON,1991).

O estudo tem como objetivo avaliar comparativamente as propriedades antifúngicas da nistatina 100.000 UI, que é o antimicrobiano mais utilizado para o tratamento desta enfermidade, em relação à solução de digluconato de clorhexidina a 0.2% (CHX).

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